terça-feira, 31 de maio de 2022

Alguns recortes de uma entrevista com Amy Williams

 


Q. Afinal, o que você faz exatamente? 

Sou uma Designer de Produção que trabalha com Filmes e Televisão. Sou a responsável pelo aspecto visual de um filme. Eu trabalho juntamente com produtores, diretor, cineastas e figurinistas para elaborar uma produção cinematográfica interessante e coesa para uma narrativa específica de um projeto. Eu desenho os sets, encontro os locais, escolho a paleta de cor, basicamente tudo o que você vê nas câmeras, exceto os atores, além de os espaços que ocupam e as coisas que seguram em suas mãos. 

Eu supervisiono uma equipe grande e talentosa de criadores e produtores, incluindo: o Departamento de Artes, os Diretores de Arte, Cenógrafos, Departamento de Decoração, Departamento de Adereços, construtores e montadores do set, pintores paisagistas, designers gráficos,  coordenadores e os responsáveis pela animação, composição e iluminação de Arte. 


Q. Como você conseguiu esse emprego? 

Eu comecei com uma graduação em História da Arte e me mudei para Nova Iorque para estabilizar a carreira no mundo da arte. Eu trabalhei nessa área por alguns anos, mas eu senti falta do meu lado criativo, então entrei em um estágio no departamento de arte de um pequeno e independente filme. Eu amei filmes e realmente me inclinei para as pessoas e as possibilidades criativas. Foi um simples clique e englobou todos os meus múltiplos interesses. 


Q. O que você mais ama no seu trabalho?

Muita coisa. Mas, no fundo, ser uma storyteller. Eu amo que todo projeto é diferente, eu amo ter um impacto visual em cada história. Eu amo criar mundos, eu amo as pessoas envolvidas nesse processo de filmagem. Eu amo toda a pesquisa e a variedade de coisas que aprendo durante o processo. Eu amo trabalhar em diferentes partes do mundo e conhecer lugares que a maioria das pessoas provavelmente nunca verá. É o trabalho perfeito para quem é curioso e ama explorar o mundo e a natureza humana. 


Q. Como você toma decisões?

Instintos são a chave.


Q. Qual o segredo para chegar onde você está hoje?

Acredite em seus instintos.

quinta-feira, 26 de maio de 2022

feeling like a im drowning


eu sinto que me encurralo. bastante. tipo
me dopando de informações a todo tempo
evitando um contato direto e correto comigo mesma
evitando pensar que deveria fazer tais coisas e na verdade faço outras

coisas que deveria fazer:
ir para academia
andar pelo bairro
passar mais tempo fora de casa

coisas que faço:
chego do trabalho
fico em casa
me masturbo
cochilo
vejo filme ou série


naturalizada
dopada
minimizada
diminuída
resumida


foram algumas das palavras que anotei sobre como me sinto sobre o trabalho essa semana
não que seja impossível de lidar. mas eu estou em constante aprendizado sobre como lidar
com tudo
eu evolui bastante em 5 meses 
eu realmente aprendi a ter paciência
e construir essa persona. construir essa energia no trabalho. ser o mais profissional possível dentro da minha personalidade debochada e ousada. sim eu sou ousada

coisas que também demorei a perceber, mas estou muito feliz de me dar conta é da minha excelência. eu realmente sou foda. e ultimamente eu estou naturalizado os auto elogios a mim mesma e o reconhecimento da grande mulher incrível que sou. mesmo nos dias que não faço as coisas que deveria fazer.

quarta-feira, 25 de maio de 2022

acabou a energia

Faltou energia na secretaria. Uma pequena paralização no meio das atividades de todos. Eu gosto bastante desses momentos de respiro. Minha cabeça dói um pouco. Não sei exatamente porque dói, mas dói. Incomoda. Hoje vou pro ortopedista, me sentindo meio boba por não sentir nada e ao mesmo tempo querer entender algumas coisas que me parecem estranhas, incomuns, fora do normal. Só quem poderá me julgar é o medico, então não estou com tanta vergonha assim. Eu queria mesmo escrever sobre o movimento que minha mente está fazendo. Tentando de forma bem sutil me desanimar sobre minha vontade de iniciar um projeto de um canal no YouTube sobre comidas. Não só no YouTube, mas em algumas plataformas. Nunca é tarde demais para começar, eles dizem. As vezes acreditar nisso é muito tentador, é muito confortável, mas é desesperador também. Se colocar um prazo de validade. Aos 25 anos. Eu só posso ser completamente maluca mesmo. E olhe que tenho exemplos porximos de mim de que não existe prazo de validade. Não existe tempo certo de começar e não existe tempo certo pra nada. Existe a vontade e a ação. Ficar no campo das ideias não é uma opção. O grande lance é esse. Começar. Eu quero comecar um projeto novo. O que eu preciso para começar com o que tenho? O que eu preciso e já tenho para começar hoje mesmo? Eu sinto que todas as desculpas que eu coloco pra mim mesma são desculpas. Eu ainda não consigo fazer distinção das desculpas e do que realmente dói e incomoda e que é só melhor deixar pra lá. Eu realmente amo a zona de conforto, sabe? Então eu tô num processo, eu estou na minha zona de conforto com tempo e energia para gastar em mim e em pensar no que eu quero para mim. Tento focar nisso e aguardar minha férias chegarem em janeiro. 

Mas as vezes eu sinto uma apatia.. uma moleza que não parece preguiça, não parece desanimo, não parece falta de motivação. Parece apatia. Um tanto faz gigante em looping em minha mente. Eu só queria nunca nunca sentir isso, sinto muito minha energia sendo completamente sugada e um limbo de você não consegue-você não é boa-você é pode fazer isso segue um fluxo pesado e constante. O que não posso e nem consigo é proibir de sentir o que eu sinto então sigo aceitando que esses momentos surgiram em qualquer trabalho que eu me proponha a fazer. Mas sigo gostando de projetos e coisas novas e me sentindo neutralizada pela burocracia que encaro todos os dias 

segunda-feira, 23 de maio de 2022

o amor que dói

Eu ando em processos 
Processos de aceitação, principalmente 
Processos de construção de paciência e entendimento que entrelaçam ou são consequências dos processos de aceitação. Eu acho 

Esses dias eu aceite mudanças. Eu congelei um momento e chorei 
Eu chorei de dor 
Uma dor que na verdade é aceitação 
Daquele momento muito particular e que foi congelado no meu coração e me fez chorar de tanto. de tanto 

Durante uma semana, sete dias contados, eu renasci pelo menos umas 10 vezes.

A maioria em cada coágulo de sangue que caia no pedaço de algodão

Outro foi na impossibilidade de conversar com uma médica sobre meu diagnóstico de nódulo na tireóide 

Mais um na saudade que meu namorado sentiu de mim e me convidou para dormir com ele um dia antes do início do fim de semana

O renascimento mais marcante foi pensar na morte de Helena. Uma senhorinha a qual não tinha tanta proximidade e senti tanto. Senti muito. Senti e aceitei. Observei todas as pessoas, observei como me senti e como me permiti

E nesse mesmo dia eu também renasci pois fiz algo que não fazia há quase 5 anos: fui ao salão cortar o cabelo. Me senti cuidada. Me senti leve e cuidando de mim

Ajudei a fazer os santinhos e convite da missa de sétimo dia de Helena. Processos. Me diverti com esse em particular. Me sinto feliz quando sinto que ajudo as pessoas e acho que faço tão pouco

Renasci quando me deixei sair do controle. Quando deixei que minha vontade mesquinha não prevalecesse. Mas não deixei de dizer não quando realmente não quis. Renasci pois me permiti coisas novas e diferentes

E ontem renasci pois percebi o quando tudo isso foi tão preciso e o quando eu estive aberta a tudo isso. Estive aberta e sensível a tantas mudanças e sentindo. Sentir tudo isso e estar feliz me fez chorar. Doeu sentir como tudo muda e como a gente só quer congelar os momentos. Foi aí então que transbordei de amor.
Transbordei abraçada com quem me permite renascer e me aceita em todos os meus processos e me ensina tanto. 

sexta-feira, 13 de maio de 2022

pro mural de grandes newsletters -GABI DOURADO

news da gabi dourado que me identifiquei demais demais, que isso...


Eu já quis largar tudo e virar cabeleireira. Queria ter uma profissão que me permitisse trabalhar em qualquer lugar do mundo, levando comigo somente meu talento, poucos acessórios e uma solução pra uma necessidade coletiva e básica. Seria fácil, eu poderia estar em qualquer cidade por aí, pegar um banquinho e sentar na rua, colocar uma placa e esperar clientes chegarem. Conseguiria um dinheiro para me manter e quando aquela cidade me cansasse, juntaria minhas trouxinhas e partiria para uma nova aventura em um novo lugar. Tudo estava planejado, eu apenas fecharia as portas de onde eu estava, sairia andando sem olhar pra trás e me livraria das angústias que carregava até então. Teria uma vida livre.

Eu só esqueci alguns detalhes. Eu nunca morei fora da minha cidade natal, eu não faço ideia do que seja ser expatriada, eu caso em todo relacionamento que me envolvo, eu não falo outra língua, que guardo até hoje os primeiros trabalhos de uma amiga artista, que tenho diários da infância em uma caixa, que tenho uma mini biblioteca de livros físicos e uma dificuldade tremenda em me conectar com a leitura no kindle. E, principalmente, eu não sei manusear uma tesoura em fios. Quando sonhei em largar tudo eu esqueci que nesse mesmo tudo ainda existe eu, minhas memórias, minha história. E pra isso eu não consigo fechar uma porta e virar as costas.

quinta-feira, 12 de maio de 2022

11:40 no trabalho

é uma quinta-feira, doze de maio de dois mil e vinte dois e estou no trabalho. meu expediente costuma ser ótimo até as duas horas da tarde. eu já estou cansada. o aplicativo da menstruação avisou que meu período está chegando e que essa semana estou de tpm. associo essa falta de energia e motivação para continuar o resto das tarefas a essa fase do mês em que meu corpo tem controle sobre minha mente. a mente sempre tem controle sobre tudo e sobre tanto. eu só estou me adiantando pensando na tarde triste e escura que posso ter e pensando formas de não deixar isso acontecer. eu posso ir para academia. eu trouxe as roupas. eu poderia passar mais tempo no treino. eu posso fazer várias coisas. é um desânimo.um desânimo tão enorme. eu to cansada. minha mente quer me fazer entender que meu desânimo sou eu que eu sou assim. que na verdade meu desânimo é preguiça. que na verdade eu não faço o suficiente para ser realmente boa no que quer que seja. minha mente me sacaneia tanto me colocando pra baixo o tempo todo e me fazendo pensar que eu sou a minha tpm. que eu sou definida por essa fase. isso não é verdade. eu sou divertida, animada, alegre, enérgica, esforçada e incrível.