quinta-feira, 27 de dezembro de 2018

Terapia. dia 1

Depois de quase 5 anos, voltei pra minha primeira terapeuta e ela é incrivel. Definitivamente existe uma sensiblidade e delicadeza da parte dela de entender e ouvir tudo. É tão bom sentir que alguém te ouve de verdade e te compreende. Ela disse que sempre lembrava de mim e isso é tão bom de ouvir. Sentir que um profissional tem compromisso com você e que de alguma forma eu a conquistei. Eu cheguei chorando. Não consegui falar muito, só chorar. Quando me acalmei comecei a falar sobre essas sensações pesadas de solidão e sobre minhas agonias diante das incertezas do que fazer da vida. Falei como minhas insatisfações pessoais me martirizam e como eu me pressiono a decidir tanto e saber tanto quando ainda vivi e sei tão pouco. Ela me acalmou, falou como sou jovem, falou como algumas coisas não me definem, falou pra eu fazer dosagem hormonal e falou da vida. Que é isso ai mesmo. Que dói, que é meio solitário também e que é duro. Que Belo Horizonte não precisa ser um trauma na minha vida, apesar de eu sempre ficar muito mal falando da experiência. E ela falou de intensidade. Como eu sou intensa e vivo tudo que sinto que precisa ser vivido. É muito bom me sentir amparada. Me sentir ouvida. É muito bom cuidar de mim. Ainda é ruim oscilar tanto. Ainda é ruim sentir tanto desânimo em tudo. Ainda é ruim me esforçar tanto pra fazer coisas básicas tipo comer e sair de casa. Eu só quero ver a luzinha no fim do túnel o mais rápido possível. Quero ter forças pra colocar meus projetos em prática. Quero ter coragem pra lidar com dores de frente. Quero falar de Belo Horizonte sem chorar. Quero voltar pra ufs com vontade de fazer vários estudos. Quero voltar a trabalhar, dessa vez em algo que me interesse mais, quem sabe. Quero ser menos dura comigo mesma. Me comparar menos e me amar mais.

eu quero ficar bem
e eu vou conseguir

Nenhum comentário:

Postar um comentário