sexta-feira, 22 de abril de 2022

meudeus, newsletters

 a flows magazine me ajudou nesse dia. Uma sexta que ficou entre um feriado na quinta e um fim de semana(um gasto de recursos da prefeitura, pois zero produtividade). Conclusão: passei a manhã me afogando em newsletters maravilhosas para fugir das obrigações e ai pedir de forma risonha para que o chefe me deixasse jogarjoguinhos com meu colega de trabalho. sim. enfim, a Luciana da flows magazine é um gênio.. não sei. me identifico com quase tudo que ela escreve. selecionei as minhas preferidas que cheguei por conta da minha falta de foco no que precisava fazer e vou deixar os links salvos para revisitar sempre que puder


1- https://flowsmagazine.substack.com/p/jornalista?s=r

2- https://flowsmagazine.substack.com/p/andar?s=r

3- https://flowsmagazine.substack.com/p/burnout?s=r


quinta-feira, 21 de abril de 2022

a gente já deu o que tinha que dar

eu ando falando isso pro meu namorado. ele é realmente maravilhoso, uma pessoa única, uma pessoa muito boa que eu poderia listar a quantidade de qualidades. eu só não entendo o que eu sinto por ele mais.

uma vez na psicanálise fizemos o exercício de "não pense em um carro branco" daí vai lá sua mente e pensa exatamente no que te falaram pra não fazer. Quando menos eu tenho medo e tento me afastar da ideia de pensar num término, mais eu estou pensando em terminar. E me parece que meu emocional só faz as coisas se fortalecerem, se endurecerem a ponto de eu, apenas eu, ver essa como a única e definitiva solução: terminar um relacionamento. 

Eu acho isso bem doido
Mais doido do que viver discutindo
Mais doido do que viver fazendo as pazes
Decidir sobre uma ruptura por livre e espontânea vontade
é muito doido

mas me mostra muito sobre mim mesma
sobre como eu estou
e sobre como eu não queria estar também
eu sinto que sempre quero mudar
que nada me satisfaz 
e que já me fez pensar "a vida é boa porque você existe"
hoje eu vivo oscilando entre pensar como
eu nem sei mais o que eu realmente acho da vida
e que não vejo sentido em ficar com você

não só porque acho a gente muito diferente
mas porque eu realmente acho que você merece alguém
que realmente te respeite e aceite como você é
com toda essa tranquilidade e docilidade que você tem
que você é

segunda-feira, 18 de abril de 2022

texto da newsletter de Ana Holanda pra nunca esquecer

 “Mãe, por que você me tirou do balé?”. “Porque você me pediu, filha” – respondi para Clara poucos minutos antes de sentar e escrever para vocês. Clara está com 13 anos. E, quando era menor, fez natação e dança.

O primeiro a ajudou a entrar na água e não se afogar. O segundo era, no início, um desejo dela: aprender balé clássico. Talvez por admirar as meninas que perambulavam pela academia com saias de filó e sapatilhas cor de rosa. Depois do segundo ano entre pliés e grand pliés, ela não queria mais seguir na dança. Por que? “Não gosto”, ela respondia cheia de certeza. Eu a recomendava que experimentasse mais um pouco. Poderíamos mudar de escola de dança, testar outras abordagens. Não, não e não.

A professora ficou consternada com a decisão. Clara era, de fato, bastante talentosa. E nova demais para entender a dimensão de suas escolhas. Na apresentação de final de ano, dançou com suavidade e técnica. Ao final, a abracei. E no alto de seus 8 anos, me olhou com uma determinação incomum para alguém de menos de um metro e meio e disse: “satisfeita?”. Respondi que sim. Ela estava linda, afinal. “Então posso sair do balé agora!”. Aquela afirmação me transpassou. Lembrei da minha infância e do tanto de coisas que precisei fazer sem que desejasse.

Eu queria aprender piano, minha mãe me colocou no violão. Dança espanhola? Fui matriculada no balé clássico. Minhas vontades valiam pouco ou quase nada. E não queria repetir essa história. Clara saiu do balé. E hoje se arrepende da decisão. Mas isso não diz respeito apenas a dança clássica e as escolhas de uma menina de muita, muita personalidade. Minha filha ainda tem muito o que entender sobre se abrir para a escuta. Aos poucos, tenho praticado isso com ela. Fácil não é. Saber ouvir, com o coração aberto, demanda maturidade e humildade para acolher a palavra do outro. Algo que ela ainda está aprendendo. 

A escrita me ensina sobre isso todos os dias. Saber ouvir. Uma lição que me coloca nos dois lados do balcão. Às vezes sou eu quem precisa aguçar essa audição fina. Isso me ajuda, por exemplo, a perceber histórias nas conversas, nas cenas do cotidiano. Com gente desconhecida ou pessoas queridas. É um aprendizado, que vira material rico para a construção narrativa. Preciso saber ouvir também outros escritores, meus amigos, meu pai, mãe e namorado. São professores da vida. E tudo isso, novamente, se transforma em enredo.

Ultimamente tenho vivido, ainda, o lugar de quem fala e espera que o outro ouça. As mentorias em escrita me colocam o tempo todo nesta posição. A Carol, por exemplo, é minha mentorada. Já fizemos três encontros. Ela está desenvolvendo um livro. E o primeiro e maior desafio dela foi escrever de uma forma menos técnica e mais próxima. O assunto não ajudava. A experiência com textos mais acadêmicos também não. Mas foi preciso apenas um encontro, a partir do material que me apresentou.

Mostrei, na nossa conversa, os pontos da escrita dela que dificultavam o entendimento. E como deveria fazer para modificar aquele formato. Eu sei que muitos conceitos relacionados a escrita estão cristalizados na gente. E que escrever de uma forma mais próxima demanda entrega, abertura. Mas a Carol teve tudo isso. Foi preciso apenas uma conversa para que apresentasse algo completamente diferente. Quando tem dúvidas, entre um encontro e outro da nossa mentoria, me manda áudios pelo whatsapp. Eu a escuto e oriento em relação às dúvidas e inquietações. O resultado tem sido muito bonito. Carol sabe ouvir.

Mas nem sempre é assim. Às vezes, lido com pessoas que não conseguem ir além de si mesmas. Ficam girando em torno dos próprios pensamentos, caminhos, estruturas de escrita. E por mais que as oriente, aponte trajetos, melhorias, não conseguem ter a capacidade de acolher. Acredito que sequer percebem o tanto que estão andando em círculos, presas em si mesmas, cercadas por limites estreitos. O resultado é um texto que segue ao prazer do vento, à deriva. Usam protetores de ouvido. Por que? Já me debrucei demais nessa questão. E cheguei à conclusão que, no final das contas, tudo está relacionado à disposição ou coragem em se entregar.

Acolher a escuta do outro não é para todos. Apenas para aqueles que estão prontos para lidar com a escrita e a vida com valentia. Não existe garantia. De nada. Mas sem isso estaremos sempre presos a um horizonte estreito e limitado.

“Me deixe te guiar” – insisto nas minhas mentorias. “Me ouça com mais generosidade” – insisto com minha Clara. “Escute sem levantar suas defesas” – digo para mim mesma. Estamos todos na mesma estrada, afinal. Obrigada por me ouvir.

domingo, 17 de abril de 2022

boas práticas

Quero voltar a praticar coisas que gostaria muito de transformar em hábito e que já fizeram parte da minha vida em outros momentos. São pequenas rotinas diárias que me parecem essenciais pra me fazer sentir melhor. A primeira delas foi voltar a meditar, vou conseguir transformar isso num hábito. A segunda é a corrida pela manhã e a terceira é me manter ativa e regular nos treinos da academia. A quarta é cuidar da minha saúde, marcar os médicos e fazer os exames que preciso. A quinta é tentar me alimentar da forma mais saudável possível. 

Guilherme

são dois anos e quatro meses de relacionamento e tanta coisa aconteceu e eu me sinto tão diferente que
eu realmente não sei se foi o conjunto de fatores ou se foi algo específico 
que me faz constantemente mudar de ideia sobre tudo que envolve a gente

dentro do namoro eu sinto uma inconstância muito grande da minha parte como se a todo momento eu só quisesse provar pra mim mesma que eu consigo ficar sozinha e que eu não preciso de ninguém e ai quando eu estou sozinha, me sinto muito sozinha e levemente abandonada. não no sentido de abandono porque a impressão que tenho é que me afasto propositalmente de todo mundo. eu meio que busco isso.

e quando consigo eu simplesmente não sei lidar muito bem
eu sinto que não sou capaz de lidar com a maioria das questões que a vida me solicita

sexta-feira, 15 de abril de 2022

diagnósticos

Minha mãe teve câncer e precisou retirar a tireóide aos 28 anos. Nisso ela fez o tratamento com iodoterspia e ficou bem. Recentemente eu descobri que tenho um nódulo 3x maior só que minha glândula da tireóide esquerda, o que assustou a médica que me encaminhou diretamente para realização de uma biópsia. A segunda no caso. A primeira foi tranquila, mas não consegui detectar nada, uma pena. 

terça-feira, 12 de abril de 2022

os stories do Instagram


Olha, respostar essa imagem fez eu me sentir má. Eu sou má? Eu não sei, sigo refletindo ✨


8:45 da manhã de uma terça e eu preocupada com reação de um post de Instagram. Qual a graça de se manter tão a par de tudo. Qual a graça de manter uma pose antipática quando na verdade eu adoro falar com as pessoas? 

segunda-feira, 11 de abril de 2022

mulheres inspiradoras

as redes sociais são cheias de perfis de pessoas inspiradoras e que em alguns casos nos ajudam a chegar em algum lugar que não é o de comparação. A jout jout postou esse vídeo em que ela fala como tudo tem uma nuance diferente para pessoas diferente e para épocas diferentes da vida e que por isso não existe algo 100% bom ou 100% ruim. A vida não é preto no branco. Pra mim, inclusive, essa é a parte que dificulta o processo. Eu me sinto muito desafiada a perceber as coisas de forma mais aberta. Em alguns casos, na verdade, eu acho que costumo provocar bastante as pessoas nesse processo de se abrirem a possibilidades. Porém para algumas coisas que ainda me atingem de forma direta, eu sinto que me fecho bastante. Por me fechar tanto me sinto mal e fico triste. Isso acontece, sim. Em determinado ponto eu me sinto nesse lugar de me sentir culpar de alguma forma por apenas pensar nesse processo complexo de, pasme, ~discordar~.

Eu me sinto muito aberta, me sinto muito inspirada por tantas pessoas e de certa maneira me parece que o Instagram não e esse lugar de gerar ou buscar esse tipo de referência. E ao mesmo tempo parece que TUDO se resumiu ao Instagram mesmo. É nesse ponto que eu não sei bem como os pratinhos se equilibram. Até mesmo pra quem trabalha com esse rede. eu realmente me pergunto como essa pessoa consegue se manter bem

conversas

Eu sinto que minhas conversas com Guilherme sobre essa minha confusão a respeito do que eu realmente quero fazer, costuma envolve toda uma dose de muito monólogo. eu fico feliz que só o fato de Guilherme ser uma bolinha no meu WhatsApp, eu consigo falar um monte de coisa de uma vez sobre tanta coisa. tanta coisa que me confunde e assusta e que só de colocar pra fora parece menos confuso e assustador. Eu custo entender. Eu sinto que tenho tudo que preciso. Me sinto feliz por isso. Sinto que não tenho uma necessidade de consumo de coisas exagerada. Quando me vejo sentindo que preciso de mais, eu lembro que não preciso de nada além do que já tenho. Me sinto feliz por isso. De verdade.

Mas ao mesmo tempo, esse dilema da vida acontece. e acontece muito

que me faz repensar coisas do tipo, pra que fazer tanto dinheiro, pq investir numa empresa, pq correr tanto atrás de dinheiro. ao mesmo tempo que todo mundo sabe que é melhor viver confortável. é melhor viver com o que o dinheiro pode proporcionar. mas são muitos dilemas. são muitas questões. são muitas nuances.  

estímulos

eu poderia listar meus estímulos diários
tudo que eu sinto que me suga e consome
poderia listar o que sinto que faço
sem realmente pensar
o que faço por fazer
no sentido de me deixar levar
e a vida é isso
a vida não tem como ser 8 ou 80
tudo é uma questão de autoconhecimento
entender o que interessa
entender o que está só atrapalhando
ou o que realmente me interessa 

meus estímulos diários
1- whatsapp
2- celular de forma geral
3- coisas trabalho
4- youtube
5- instagram
6- netflix

domingo, 10 de abril de 2022

uma festa no sábado

Ontem eu fui pra uma festa 
Onde tinham pessoas que eu conhecia
Pessoas que já fui bem próxima 
que hoje não sou mais
E pessoas que não conhecia 

Dentro do que podia ter acontecido 
Foi muito divertida a festa
E ter reencontrado tantas pessoas legais 
Ontem também eu me senti muito bonita 
Como há muito tempo não me sentia 
E fui elogiada também 
E eu adorei isso 
Queria me sentir tão bonita e sensual como estava me sentindo ontem 
Queria me sentir assim sempre 

o Instagram

Eu reinstalei o Instagram por 2 dias 
Utilizei o Instagram por 2 dias 
Eu tento utilizar de uma maneira que não me deixe tão pra baixo 
Eu ainda sinto que estou aprendendo a entender como lidar com isso 
Mas foi tranquilo
Porém odeio a ideia de pensar que 
Estou muito presa a algo
Eu me sinto assim com o celular 
Sinto que não tenho muito controle 
Sobre o que eu faço 
E que só estou vendo tudo que todo mundo faz 
E eu quero/preciso ter mais controle sobre a minha vida 
No sentindo de escolher o que eu posso fazer 
Dentro das minhas possibilidades 
As redes sociais me fazem perder um pouco desse senso de escolha e controle 
Eu só fico estática 
Vendo 
Me alimentando de desejos 
E pouco fazendo para realizar 
Eu exclui o aplicativo mais uma vez e quero tentar 
Me afastar cada vez mais do celular e computador 
Tentar passar um tempo alheia de tecnologia até onde da pra ficar sem 




quinta-feira, 7 de abril de 2022

segmento de arquitetura

FOCO
foco foco
foco
foco foco foco 
expandindo 
expansão da criatividade
pandemia
indústria
perspectiva
2021
esse ano

o que o horóscopo do mês falou

O início de abril coincide com o início da lunação de Áries, a primeira Lua nova depois do ano novo astrológico, e isso marca uma fase especial no ano. O astral é de conquista, fogo nos olhos e vontade de fazer e acontecer. A lunação de Áries ativa assuntos relevantes para seus objetivos de longo prazo, realizações, empreendimentos, projetos profissionais e qualquer desafio que for importante na sua trajetória. O que te motiva? O que faz você tomar iniciativa e assumir seu lado mais feroz? Essas são perguntas dessa temporada de Áries.

Gostamos de pensar em motivações nobres, mas não podemos negar a motivação fortíssima que só a necessidade traz. Nem sempre a força vem dos sonhos. Às vezes a força vem por questão de necessidade. Isso não é uma tentativa de romantizar o sofrimento. Talvez seja o caso de lutar mesmo, ou talvez seja o caso de desistir de lutar, de desapegar, de deixar para trás, de abandonar algo. Essa questão surge a partir da análise da conjunção de Marte e Saturno em Aquário. Não tem nada fofo a respeito dessa conjunção e ela nos convoca a fortalecer nossas defesas e nossa proteção. O que vale ser protegido? E o que precisa ser cortado?

O astral de abril também fala de sonhos, melhorias, oportunidades, prazer, amor… Com Vênus transitando em Peixes, os horizontes merecem ser expandidos. Para além dos limites e de uma suposta estreiteza da realidade atual, o que pode vir a ser no futuro que vale a pena ser buscado desde agora? Existe uma mudança de perspectiva que pode acontecer nesse mês. Abril é marcado por conjunções importantíssimas e enfatiza que a união faz a força. São assuntos desse período nossas alianças, nossas amizades e nossas realizações coletivas. No dia 16/4, a Lua cheia em Libra ilumina essas questões de pertencimento. O mês pode começar focando na nossa individualidade e terminar enfatizando nossas relações.

caminho

Eu não tirei a habilitação ainda 
E conforme os anos vão passando e isso deixa de ser um grande dilema pra todo mundo 
Eu vou tendo menos pressa de correr atrás disso 
Eu tenho inúmeros motivos pelos quais ainda não tirei a habilitação 
O principal deles sempre foi dinheiro 
Desde que fiz 18 anos em 2014 
Até agora que tenho 25 
Parece que toda a burocracia ao redor de tirar uma carteira ficou ainda mais burocrática 
E todo o dinheiro que se investe nisso ficou ainda maior 
Acontece que eu sempre amei ser a passageira 
Eu nunca me envolvi muito em perceber caminhos e direcionar as coisas dessa forma (pilotar um veículos, no caso)
Sempre me foi muito confortável observar o caminho 
Acredito que hoje em dia mais do que nunca 
Observar o caminho 
Criar uma trilha sonora específica pra ele
Ter memórias específicas nesse pedaço do espaço e tempo 
Que literalmente andar
Se faz perceber em movimento 
Ver as pessoas interagindo 
Da perpectiva de uma caixa que se move
É um filme 
Um documentário da vida que acontece 
E a vida acontece mesmo e me lembra da beleza 
Da parte bonita de estar vivo 


quarta-feira, 6 de abril de 2022

quarta

[11:06, 06/04/2022] Jess: Eu n falei muito sobre a torta n

[11:06, 06/04/2022] Jess: Só percepções sobre minha personalidade

[11:06, 06/04/2022] Jess: Perfeccionista

[11:06, 06/04/2022] Jess: Com a torta

[11:08, 06/04/2022] Jess: E foi. 2 vez q fiz a torta

[11:08, 06/04/2022] Jess: Eu era tão esperançosa

[11:08, 06/04/2022] Jess: Tão fofa

[11:09, 06/04/2022] Jess: Fofa demais

[11:09, 06/04/2022] Jess: Eu queria ser ainda empolgada daquele jeito

[11:09, 06/04/2022] Jess: Eu n sou n eu sou muito triste

[11:09, 06/04/2022] Jess: E aí eu n sei de onde vem essa frustração toda

[11:10, 06/04/2022] Jess: Se vem muito daquilo tudo que falei ontem

[11:10, 06/04/2022] Jess: Sobre isso de mercado de trabalho e dinheiro

[11:10, 06/04/2022] Jess: Essa realidade

[11:10, 06/04/2022] Jess: Que não me deixa ter esperança em mais nada

[11:11, 06/04/2022] Guilherme: Vc acha que isso é culpa minha? :(

[11:11, 06/04/2022] Guilherme: Vc acha que eu possa ser uma influência ruim nisso?

[11:12, 06/04/2022] Jess: De verdade eu não sei

[11:12, 06/04/2022] Jess: Mas eu sinto que mudei muito depois de você

[11:12, 06/04/2022] Jess: Principalmente nesse jeito de levar a vida

[11:12, 06/04/2022] Jess: Mas n é culpa sua n tudo mudou muito

[11:13, 06/04/2022] Jess: A realidade mudou muito

[11:13, 06/04/2022] Jess: E passei a ter muito mais independência e ver como a vida é realmente difícil

[11:13, 06/04/2022] Jess: E passei a me fechar mais

[11:13, 06/04/2022] Jess: Seila

[11:13, 06/04/2022] Jess: Mais insegura mais tensa

[11:13, 06/04/2022] Jess: Mais pessimista

[11:14, 06/04/2022] Jess: A impressão que tenho é q

[11:14, 06/04/2022] Jess: Se penso alto

[11:14, 06/04/2022] Jess: Eu tô sendo muito boba

[11:14, 06/04/2022] Jess: Ou idiota

[11:14, 06/04/2022] Jess: E ao mesmo tempo eu não aceito isso e aí fica uma briga na minha cabeça

[11:14, 06/04/2022] Jess: De não me contentar com pouco e de aceitar a realidade das coisas

[11:15, 06/04/2022] Jess: Eu não consigo separar muito bem

[11:15, 06/04/2022] Jess: E aí eu só tô muito mais cautelosa de um jeito quase que paralisante assim

[11:15, 06/04/2022] Jess: Pq tudo é muito difícil e parece que não adiantar tentar mais nada só esperar as coisas mudarem

[11:17, 06/04/2022] Jess: Ou não tenho consciência de classe

[11:18, 06/04/2022] Jess: Se eu não aceito algumas coisas eu pareço/me sinto meio lunática, eu me sinto um pouco assim com vc e sua família

[11:18, 06/04/2022] Jess: Pq tudo pra vcs gira em torno de ter

[11:18, 06/04/2022] Jess: Ter dinheiro bens etc

[11:18, 06/04/2022] Jess: E que sim, eu entendo isso pq é algo muito importante mesmo

[11:18, 06/04/2022] Jess: Mas se diminuiu tudo por conta disso

[11:19, 06/04/2022] Jess: Se diminui a personalidade e a individualidade de cada um por conta disso

[11:19, 06/04/2022] Jess: Como se vc fosse seus erros do passado seila

[11:19, 06/04/2022] Jess: Se sua tia n tem a casa dela foi pq ela fez aquilo e aquilo outro e n se dedicou pra isso e aí n tem nada

[11:20, 06/04/2022] Jess: Murilo n sei oq lá tão inteligente etc e fica nisso de ficar cozinhando isso não dá em nada etc

[11:20, 06/04/2022] Jess: Seila

[11:20, 06/04/2022] Jess: E aí agora eu tô formada e parece que esse tipo de pensamento realmente é o que parece ser correto pq a gente ganha pouco e queria ganhar mais, mas véi

[11:21, 06/04/2022] Jess: Não é sabe

[11:21, 06/04/2022] Jess: Não mesmo

[11:21, 06/04/2022] Jess: Hoje tá difícil ganhar muito assim só saindo da faculdade. Enfim, já conversamos sobre isso

[11:22, 06/04/2022] Jess: Enfim, eu não tô lutando muito pra lembrar sempre de quem eu sou

[11:23, 06/04/2022] Jess: Mesmo que isso talvez não seja suficiente pra chegar num patamar de vida que eu achei que poderia ter

[11:27, 06/04/2022] Jess: Mas eu acho que é normal, não se culpe não pq n tem a ver com vc

 [11:28, 06/04/2022] Jess: E tipo.. minha família pode n ser exemplo de muitos coisa

[11:28, 06/04/2022] Jess: Minha mãe principalmente

[11:28, 06/04/2022] Jess: Mas se tem uma coisa que eu admiro nela é essa coisa de não se acomodar sabe

[11:28, 06/04/2022] Jess: Ela ontem tava tão empolgada falando só trabalho

[11:29, 06/04/2022] Jess: Então eu acho que essa parte boa veio comigo

[11:29, 06/04/2022] Jess: Pobre n tem tempo pra ficar se lamentando e esperando os outros pra mudar de vida n

[11:29, 06/04/2022] Jess: E minha mãe teve fases ruins sim mas agora ela tá conseguindo as paradas dela

[11:29, 06/04/2022] Jess: Minha tia tbm, apesar de n ter ainda o negócio dela sozinha

[11:30, 06/04/2022] Jess: Eu acredito muito nela e tô disposta a investir nisso

[11:30, 06/04/2022] Jess: Pq são muitos anos dedicados a estética só pra deixar essa área e n seguir ganhando algo com isso

[11:30, 06/04/2022] Jess: Então eu quero fazer parte disso e ajudar minha família a construir mais coisas

[11:30, 06/04/2022] Jess: Eu fico feliz de não pensar que só existi um meio de se conseguir as coisas na vida sabe

[11:31, 06/04/2022] Jess: Existe

[11:31, 06/04/2022] Jess: *

[11:32, 06/04/2022] Jess: E minha família tem um histórico  meio ruim com isso de depressão

[11:33, 06/04/2022] Jess: Então, eu n me surpreendo de ser assim tão baixo astral

[11:33, 06/04/2022] Jess: E isso n tem a ver com vc

[11:33, 06/04/2022] Jess: Pq tenho essas fases deprimidas desde criança

[11:34, 06/04/2022] Jess: Eu lembro de ser uma criança triste sim mesmo brincalhona etc

[11:34, 06/04/2022] Jess: Quando eu entrava numa bad eu entrava numa bad

[11:34, 06/04/2022] Jess: Que eu não queria estar em casa com meus pais pq eles estava brigados e eu não conseguia conviver com aquilo

[11:34, 06/04/2022] Jess: Eu chorava muito

[11:35, 06/04/2022] Jess: E eu passava muito tempo brincando sozinha e eu adorava

[11:35, 06/04/2022] Jess: Aí teve a fase que n brincava com ninguém tbm só com minhas bonecas

[11:35, 06/04/2022] Jess: Várias coisas peculiares pra uma criança com menos de 11 anos

[11:35, 06/04/2022] Jess: E normal tbm pq eu brincava e era animada e comia muito

[11:40, 06/04/2022] Jess: E eu tbm nunca fui muito inteligente não e isso desde criança me deixava meio triste pq na escola meu lado comunicativo e criativo e voador n era muito valorizado n

[11:40, 06/04/2022] Jess: Só pelos meus coleguinhas pq até certa fase eu me destacava na sala

[11:42, 06/04/2022] Jess: Pq eu desenhava umas coisas aleatória e criava uma universo doido na minha cabeça que o povo ia na onda (o povo: lelê, Lyra, lay , barbara)

terça-feira, 5 de abril de 2022

newsletter da betina neves - lembrete

 Eu sou parte de uma geração toda baseada em memes do tipo “expectativa-realidade” sobre a vida adulta.


Tem uma porção de fatores históricos e socioeconômicos que influenciam isso, como se sabe, o tempo dos nossos pais e avós era outro – não melhor, estou convicta.

Mas tem algo sobre “adultecer” que invariavelmente nos faz sentir jogado num campo escuro e sem mapa, onde é preciso cambalear entre as limitações das circunstâncias e algum espectro de possibilidades.

Escolhas são feitas, rumos são tomados, mas daí as coisas mudam, e o que era já não é mais. Porque o mundo se transforma, interesses variam, relações começam e terminam, oportunidades surgem e desaparecem, familiares morrem, corpos adoecem, a nossa noção de identidade se perde e se encontra de novo e de novo.
 
Uma certa frustração com o andar da vida, que vem e vai em diferentes intensidades – e isso independe da idade, acredito – , me parece sair de uma parte da gente que acha que o caminho deveria apresentar alguma linearidade. De que deveria ser um pouco mais estável, um pouco menos errante.

Quando é preciso resumir nossa história para alguém, contamos assim: primeiro eu fiz isso, depois fiz aquilo, aí fui para lá e depois vim pra cá. É assim quando eu entrevisto alguém e peço para a pessoa sintetizar sua ~trajetória: em alguns minutos ela condensa dez anos em um currículo lógico e coeso.

Isso, claro, é um recurso narrativo. Porque, se a entrevista se estende, as nuances aparecem: os altos e baixos, as confusões, as repetições, as demoras, as depressões. Ainda que, quando alguém está falando do passado, muitas vezes já conseguiu ter uma compreensão maior sobre a coisa toda: os percalços e crises já foram digeridos, se tornaram aprendizados, ganharam sentido.

“Se eu não tivesse feito aquilo não teria conhecido fulano”
“Se eu não tivesse passado por isso não teria entendido aquilo”
“Se eu não tivesse sido demitido ali não estaria aqui hoje”


Quando a gente olha para o presente e para frente, não é assim, né. Não tem como saber como o que está acontecendo agora vai fazer sentido no futuro. Nenhuma escolha tem “garantia”. Nenhum caminho acontece sem desafios, incômodos, dúvidas, contratempos. A vida se desdobra múltipla, imperfeita, dinâmica, caótica, cambiante. E qualquer anseio por linearidade é bastante ilusório.

Tomar consciência de si – vestir o próprio corpo e a própria voz –, requer, claro, uma auto investigação que deixe diferenciar o que é nosso e o que vem de fora, da família, da cultura e do sistema, para que as escolhas sejam feitas com mais autonomia e que a gente não chegue lá na frente e perceba que se perdeu da gente mesmo.

E talvez seja libertador lembrar

que seu caminho não precisa fazer sentido pra ninguém mais a não ser pra você.

que é possível, em alguma medida, ir e vir e voltar e experimentar e mudar de ideia.

que muitas vezes não há clareza sobre o que está por vir e isso requer paciência.

que dá para se equilibrar entre agir e esperar, entre mover o que está ao seu alcance e confiar que o resto se desvele.

que existem razões para as coisas acontecerem que vão muito além da nossa compreensão e que algo “dar certo” ou “dar errado” é muitíssimo relativo.

que a vida é feita a mão, ponto a ponto, bela & complexa, e assim é que é.
 
PS. Esse papo me lembrou da teoria dos setênios do Rudolf Steiner, que divide a vida em períodos de sete anos com características específicas. Esse texto aqui explica um pouco.
[12:40, 05/04/2022] Jess: Odio que eu tenho de ser pobre
[12:40, 05/04/2022] Jess: E ter sido criada entre ricos
[12:40, 05/04/2022] Jess: Isso dá muito raiva po
[12:40, 05/04/2022] Jess: N podia simplesmente me adequar a minha realidade de vida
[12:40, 05/04/2022] Jess: Essa buceta
[12:41, 05/04/2022] Jess: Lelê na festa sábado
[12:41, 05/04/2022] Jess: Falando que está no ano sabático
[12:41, 05/04/2022] Jess: Espero até setembro pra ir pra frança fazer o mestrado dela
[12:41, 05/04/2022] Jess: "ainda bem que eu passei no mestrado pq senão eu ia ter que pensar num plano b aí ia ser complicado"
[12:42, 05/04/2022] Jess: A vida toda ganha
[12:42, 05/04/2022] Jess: E eu ralando e n vou ter nada
[12:42, 05/04/2022] Jess: É sobre isto e n tem como tá tudo bem n po

E me iludiram. tipo, de verdade a sensação que tenho é que 

[12:49, 05/04/2022] Jess: Realmente me iludiram e eu ainda n superei isso
[12:50, 05/04/2022] Jess: Principalmente no sentido de que
[12:51, 05/04/2022] Jess: Me forneceram a melhor educação
[12:51, 05/04/2022] Jess: Como se isso fosse o que iria me colocar numa posição de igual pra igual com essas pessoas
[12:51, 05/04/2022] Jess: E não é po
[12:52, 05/04/2022] Jess: Infelizmente ter influência
[12:53, 05/04/2022] Jess: Te coloca sim em determinados lugares
[12:53, 05/04/2022] Jess: Ter dinheiro e poder
[12:53, 05/04/2022] Jess: E eu que sou capaz e competente tô ocupando um lugar muito básico sabe
[12:54, 05/04/2022] Jess: E eu fico triste pq me sinto injustiçada, mas ninguém tem nada a ver com isso e falar sobre isso pra outras pessoas soa tão prepotente, como se eu estivesse diminuindo tudo isso que consegui até agora. Eu falei pra psicóloga ontem
[12:55, 05/04/2022] Jess: Sobre essa minha frustração de
[12:55, 05/04/2022] Jess: Não estar ocupando um espaço que me fizeram pensar que seria meu. Mas tipo isso tem muito a ver com meu curso tbm
[12:55, 05/04/2022] Jess: O que eu quero dizer
[12:56, 05/04/2022] Jess: É q eu n imaginei q chegaria um ponto que deixaria de fazer escolhas pq n tenho dinheiro pra isso
[12:57, 05/04/2022] Jess: No sentido por exemplo de ficar aqui logo depois de acabar a ufs
[12:57, 05/04/2022] Jess: Foi pelo dinheiro sim, eu n tenho poder de escolha
[12:57, 05/04/2022] Jess: Eu queria ter tempo pra pensar em nada e em tudo ao mesmo tipo
[12:57, 05/04/2022] Jess: Ter tempo pra ficar entediada
[12:58, 05/04/2022] Jess: É isto, pobre n tem poder de escolha
[12:58, 05/04/2022] Jess: Isso nunca foi uma questão até seila 2017
[13:22, 05/04/2022] Jess: Eu realmente tô com dor no cóccix
[13:22, 05/04/2022] Jess: Tô com medo de ser hérnia

05/04/2022

 quero retomar o hábito da escrita

de uma forma menos burocrática e pesarosa 

e mais fluida tipo post-it

post-its pra tudo

papeizinhos coloridos com observações avulsas

sobre tudo 

quase tudo

são tantos estímulos que é um pouco difícil 

contemplar tudo nos post-it

quero voltar a ter um diário

e me perceber através desse espaço

mais uma vez

isso é muito importante pra mim

eu me sinto me desnudando pro mundo

enquanto eu não consigo fazer isso tão facilmente em minhas relações

e isso tem se tornado cada 

vez 

mais

difícil

é impressionante sobre tudo

que os adultos falavam

como é tão real

essa angústia


segunda-feira, 4 de abril de 2022

04/04/2022

Dois carros 

Dois carro em frente a mim 
Os dois um em frente ao outro 
Uma chupeta
Li sobre flexibilidade mental 
Ou flexibilidade cognitiva 
Me senti uma pedra 
Travadona 
Rígida 
E com déficit de atenção 
Num dos artigos que li
Disseram que é um dos sintomas de quem tem déficit de atenção 
Eu me sinto muito dispersa realmente 

O moço tá empurrando o carro 
Alguém deveria ajudar
Mas eu tô aqui vendo pessoas passando e escrevendo numa tela de celular 
Me sinto burra 
Tipo, não dele jeito tipo uma farsa como tá na moda nomear 
Mas tipo burra mesmo 
As vezes me sinto um gênio 
As vezes muito burra mesmo 
Aí eu não sei bem o que é minha cabeça e pra que ela existe 
Não queria me sentir uma coisinha tão miúda e sem significado 
Queria reconstruir isso e descobrir o que eu sou 
Eu tô com dor no osso do bumbum 
Quando sendo eu sinto e fiquei um pouco triste por isso também 

domingo, 3 de abril de 2022

domingo a tarde

Recebo aluguel dos apartamentos todo mês 
Desde que comprei nunca ficou sem alugar o apartamento
Medalha de ouro nos jogos internos 
Diarréia todos os dias 
Suicídio de uma pessoa 
Pessoas morrendo 
Pessoas na piscina 
Pão de alho 
Cerveja 
Você tem sorte de ter conhecido Guilherme 
Você é uma mulher de sorte 
Você é uma mulher de sorte por ter um namorado como Guilherme 

três de abril de dois mil e vinte dois

Ontem 
02/04/2022
Um evento aconteceu como rotineiramente acontecia antes da pandemia 

Tudo mudou dentro de cada um
Eu acho 
E nada mudou sobre os eventos em si 
A socialização continuou a mesma 
Mas pra mim agora custa mais todo esse esforço 
Antes não era tão desgastante emocionalmente 
Eu não ficava repetindo o tempo inteiro minhas falas e jeitos nas situação e me sentindo péssima por tudo 
É empolgante ao mesmo tempo que é 
Sacrificante 
Uma constante luta com minha cabeça 
Com meus próprios monstros 
Me acalmando tentando e conseguindo parecer normal

Eu sinto que não sou querida 
E me questiono porque queria tanto me sentir querida 
Me questiono o que eu considero sentir-se querida 
Pelas pessoas 
Por pessoas que nem sou tão próxima 
As vezes eu me sinto querida 
Por várias pessoas 
Mas é estranho sentir ser só mais um pessoa no espaço 

Eu não consigo mais falar sobre mim 
Eu passei a ter pavor de ser o centro 
Da conversa 
Ou de ser solicitada 
Ou de ter algo a dizer
Ou de 
De me tornar interessante num ponto que pessoas querem sabe mais sobre mim 
Isso me atrai e me apavora 
Ao mesmo tempo 

A dinâmica confusa de todas as minhas relações 
Vivem em constante iluminação 
Constantemente solicitadas 
Constantemente a vista 
De quem quiser perceber 
Não necessita grande esforço 
Perceber meu desconforto em estar 
Sentindo tudo de uma vez 
O tempo todo ao redor de tanta gente 
Eu sinto muito e só não queria sentir mais 
Nada