quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Ladri di Bicicletti

A miséria leva pessoas a coisas impensáveis
De fato leva. Por isso não deveria ter condenação pra esse tipo de delito meramente carnal. Quem ta sentindo a dor e a pressão é que sabe o quanto aquele ato seria necessário agora. O quanto o dinheiro traria felicidade agora. E que sim, dinheiro traz felicidade. Não por ser a felicidade em si, mas por proporcionar dias melhores. Quem discordar disso, já pode ser um grande missionário. Admiro essas pessoas, assim como admiro a vida boêmia, mas eu estou aqui pra confirmar a regra.

Pela manhã

Acordei com o barulho que insiste em voltar. A maior parte do tempo ele passa aqui em casa mesmo.
Mas ele viaja às vezes.
Tenta enganar dizendo que não vai voltar, mas sempre volta. Eu e ele somos os únicos com plena consciência disso.
E nem adianta ter fé pra mudar isso.
Essa crença que não salva de ser um humano frágil. Aquele disposto a matar e morrer em situações extremas. Ou seja, a que peca sem remorso. Até porque no fim, acaba valendo a pena.
Somos humanos.
Somos frágeis.
Somos fracos.
E infelizmente, eu percebi que não estou tão protegida quanto antes.

Fresca

O silêncio
e o barulho de nossas
mentes
misturando-se.
O vento passou
e ninguém sentiu
porque a chama
era forte.

quinta-feira, 24 de outubro de 2013

O frio

Toda essa melancolia gelada. Gelada de verdade por conta dessas tardes sem sol. Desse sono sem fim e desse choro que não cai. Talvez você não mereça. Não pode, afinal foi curto. Eu queria ser menos sensível a tudo que me levar a grudar em fatos, coisas, pessoas. Eu queria tanto, tanto sei lá.. ser menos imediatista. Imediatismo, talvez essa palavra me defina. Eu até esperei pacientemente por relacionamentos até que de fato consumou-se, mas agora dói. E eu não consigo falar pra ninguém o que tá acontecendo. Ninguém merece saber o quão ridiculo foi tudo isso. Ririam de mim. Parece que quando quero muito algo, quando anseio de verdade, ele escapa muito rápido. Talvez a minha empolgação com o pouco resultou nisso tudo. Talvez o não ser suficiente ou ser suficiente bastou.
Nesse caso, o pouco bastou pra você.
Te satisfez
e me maltratou.

quarta-feira, 23 de outubro de 2013

Inocente amor

Seu sorriso brilha.
Deve incandescer os olhos de sua mãe.
Sua voz acalma.
Ela deve sonhar com os anjos.
Sua inteligência assusta.
Deve ser por isso que ela te protege assim.
Sua inocência te move,
mas você sabe bem o que sua mãe tem.
É espero o suficiente pra isso.
Você a ama e isso é tão especial.
Você vai mudar.
Mas tente. Tente não deixar de amá-la

O seu futuro

Você não tem noção do quanto me inspira.
Eu te admiro tanto.
Sinto que merece tanto.
Tenho medo do que possa vir a se tornar.
Tenho medo do que possa vir a sentir.
Tenho medo de que você se torne alguem mau
                                                          ou ruim,
                                                         ou triste.
Insisto que seja forte.
Você merece muito mais que tudo isso.
E eu nunca quero te olhar com pena.
Seja forte.
Pelo seus irmãos.

Sobrevivente

Eu preciso
transformar você
em algo palpável.
Transformar
sua história
em algo na minha cabeceira.
Transformar seu sorriso
em porto seguro.
Dá um jeito de não te perder.
Eu disse a mim mesma,
que a sua vida não podia passar batida à minha.
Você é um sobrevivente.
E todo sobrevivente merece ter sua história gravada.

Tarde

E eu percebi que a tarde seria longa
e sombreada.
Quando eu esperava muito dela,
ela fazia calor.
Quando apenas ansiava o sono,
era fria e seca.
Vontade de chorar agora.
Eu percebi que tá acabando.
E que quando um ciclo é completado,
mesmo que seja sofrido e indesejado,
eu sofro.
Porque eu não gosto de términos.
E nesse momento,
eu só queria umedecer minha realidade.

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Coisas inspiradoras

Mais uma vez, o texto não é meu. Eu também não parei de escrever e também não estou com preguiça, é só que to encontrando coisa muito interessante por ai e quero guardar comigo. Primeiramente um vídeo muito fofo que faz uma metáfora entre balões e relacionamentos, basicamente isso. Vale a pena ver aqui!
E agora o texto que ''quase'' é de Luis Fernando Veríssimo.

Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase. É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cór, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos “Bom dia”, quase que sussurrados.
Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência porém,preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
Na verdade trata-se de um texto de Sarah Westphal Batista da Silva, que circulou pela Internet como se fosse de Veríssimo e chegou a ser publicado em uma coletânea com com textos de Drummond, Bandeira e Clarisse Lispector no Salão do Livro de Paris…

terça-feira, 15 de outubro de 2013

O texto do mês

O texto não é meu, nem é muito minha cara, mas apreciei. Li nesse blog

Aí você pega na mão dela. A que está livre do drink ou da latinha de cerveja. E a tira pra dançar. Um forró, uma salsa, um samba a dois. Algo que sirva como um belo pretexto pra deixar os corpos assim, bem coladinhos. Que é pra você já sentir quantos miligramas de sal por litro tem o suor dela. Ou a quantos batimentos por minuto trabalha o coração dela. Ou se o cheiro dela é amadeirado, cítrico, floral, frutal, uma mistura disso tudo ou uma combinação de nada disso – até porque eu aposto uma rodada de cerveja que você não sabe a diferença entre essas porras todas. E se uma só música não for suficiente pra toda essa análise quântico-químico-corporal, dança mais uma. A noite é uma criança, dizem os sábios, que sempre são boêmios. E a próxima música é boa, dizem os sensatos. Porque quem não gosta de Caetano, pra mim, é porque falta um parafuso. E é Caetano cantando a menina do anel de lua e estrela, que definitivamente não é a moça que dança contigo. Mas que se fodam os anéis – no final da noite, o que ficam mesmo são os dedos.

E se tem um time de futebol que joga bonito no mundo, ah, meu filho, são os dedos. Nada de seleção brasileira, nada de Barcelona, nada de Corinthians. Convocação boa mesmo é mata-piolho, fura-bolo, pai-de-todos, mindinho e seu-vizinho. Então coloca todos eles pra entrarem em campo – seja deslizando suavemente sobre as costas dela, seja segurando com firmeza aquele braço desnudo enquanto vocês caetaneiam, seja empunhando a latinha de cerveja enquanto ela vai ao banheiro. E quando Caetano terminar de falar, aí, sim, você começa – afinal, dizem por aí que o verdadeiro sábio é aquele que sabe escutar em vez de simplesmente esperar a sua vez de falar. Pode começar perguntando o nome dela – o nome que você vai repetir duas ou três vezes enquanto ela te morde o pescoço na cama de um motel barato. Ou elogiando o sorriso que com certeza ela, moça sensata, abriu quando Caetano começou a cantar. Ou sugerindo um brinde, e quando ela perguntar a quê, simplesmente responda: ao nosso encontro.

E então pede um beijo, porque um beijo é uma reza prum marujo que se preza. E aí, se assim ela quiser, vocês rezam. E que sejam feitas as vossas vontades, assim na Terra como no céu. Todas elas, sem exceção. Com aquele capricho que o diabo gosta. E que ela não se deixe intimidar por aquele papo idiota de gente mais ocupada com a vida alheia do que com o próprio gozo e, caso sinta vontade, não tenha vergonha de convidá-lo pra terminar essa dança com o traje de gala mais especial de todos: aquele com os quais todos nós viemos ao mundo. Que, então, a sua barba deslize pelo pescoço dela. E que a língua dela deslize pelo seu peito. E que as roupas, de alguma maneira mágica e inexplicável (provavelmente devido ao teor alcoólico do sangue de vocês), deslizem para o chão. E que vocês se mordam, se molhem, se esquentem, se esfriem, se transpirem. E se inspirem pra, talvez, começar tudo de novo no segundo seguinte. Ou no minuto seguinte. Ou na manhã seguinte.

Porque quando você finalmente entende o que é química, você descobre que entrelaçar bons corpos nunca é demais. Que uma troca de olhares é capaz de arrepiar os pelos da nuca. Que um toque despretensioso provoca terremotos. Que um beijo demorado, assim, bem devagarinho, inicia um incêndio. Que gozar é coisa que a gente faz com o corpo inteiro. E que gente de bem não transa pra apagar fogo nenhum – gente de bem é aquela que abre os braços e se deixa consumir pelas labaredas. Ou você prefere mesmo continuar aí, no morno conforto do seu sofá?

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Maquinações mentais

Quando eu esqueço dos meus limites e saio falando bobagem.
Eu odeio ficar remoendo depois as besteiras que faço ou que falo.
E olhe que sou uma pessoa que prefere se arrepender de ter tentado do que se arrepender de não ter feito, deve ser bem pior (em alguns casos).
É difícil concorrer com a ansiedade.

sábado, 12 de outubro de 2013

Histórias de amor

Se tem uma casal que eu amo muito/tenho extrema admiração, são os meus tios. Segundo mamis, minha tinha era noiva de um gay. Quando ela descobriu tudo, ela meio que conhecia/conheceu meu tio e desde então eles estão juntos e aparentemente nunca mudaram. Se comportam como um casal de adolescentes com todas aquelas brincadeirinhas bobas e respeitosas ao mesmo tempo. São simplesmente um casal maravilhoso que encanta todo mundo pelo jeito como levam as coisas e a família. É tudo sempre tão tranquilo e sereno e, é claro que os filhos não poderiam ser diferentes. Meus primos são fofíssimos, gentis, meigos etc. Eu gosto muito dessa família, são um exemplo de história de amor, sem dúvida. Mas eu só escrevi isso, por que achei uma foto com um textinho escrito atras pela minha tia quando eles ainda namoravam.

Correia,
A vida nos dá coisas boas e ruins, mas você foi o presente mais maravilhoso que ela me deu.
Se existe a felicidade perfeita, não sei. Só sei que perto de você sou perfeitamente feliz. Te adoro
Pense em mim para que a minha saudade não seja inútil.
Com todo amor e carinho de sua Nadja.

Eu acho que não to muito errada quando penso que o amor tem de ser recíproco, mas ainda bem que os poetas não pensam assim.
Enfim, que as pessoas botem fé no amor de verdade.
Afinal, o mundo precisa disso.

quarta-feira, 9 de outubro de 2013

Quando parto

Quando parto
sem explicar,
nem me dói,
nem me faz chorar.
Às vezes machuca o outro
e logo passa.
Quando você parte
sem explicar,
me rasga,
corrói
e doce água
faz derramar.

Lista de outubro

1-1 mês pro melhor show do mundo
2-1 mês e 20 dias para as férias
3-17 dias pro show de capital
4-17 dias pro enem
4-Mais algumas notas baixas pra serem assinadas
5-Caderneta pra ser assinada. Sim, a caderneta
6-Tentar não brigar com mamis pra evitar perder meu ingresso
7-SIM!! Meu ingresso chegou, finalmente
8-Passar direto em física e química
9-To aprendendo química, porra!
10-Conversar mais com algumas pessoas
11-Visitar vovó
12-Conversar mais com vovó
13-Saudades de vovó

domingo, 6 de outubro de 2013

Domingo

A insanidade do momento...

Te vi, aperriado me vi
E nem sequer me perguntou como estou
Ontem, não se compara ao hoje
Que dá a chance de mudar, recomeçar
Não sei porque partiu sem botar fé
Não te fiz nada, não sei "qualé"
Você sequer mediu o meu sufoco
E a cada manhã, eu acordo menos são
Mate antes que seja tarde
O seu orgulho e ambição, não perca o chão
To aqui ouvindo Neil Young
E alguns blues pra ver se bate, domingo a tarde
Domingo
The Baggios

Não sou eu

Depois de passar tudo,
começa a vir a desconfiança.
Eu com medo dos meus próprios fantasmas.
Eles ficam me acusando de perseguição.
Você percebeu?
Não sou eu.

Instante

Agora já ta começando a ficar difícil.
E eu odeio dificuldade pra esse tipo de coisa:
Desilusão

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Sobre os mesmos erros

Quando eu digo que ninguém muda, ninguém tenta mudar, ninguém se sensibiliza, eu não to muito enganada. E o pior de tudo é quando você vê gente que se acha mais capaz psicologicamente que você querendo mudar essa ordem da vida. Não dá, sejamos coerentes. Quando eu disse que tudo ia voltar bem pior do que a última vez, eu não tava errada, mas eu também não tava preparada pra isso novamente. Tava muito calmo. Ninguém acusando ninguém, ninguém gritando nem culpando o outro pelas coisas que não dão certo. Eu só queria tentar mostrar, sabe? Por que, quem tá aqui, tem sua parcela de culpa nisso. Eu não sei ao certo se piorou ou se eu cresci mesmo e comecei a perceber as coisas.
Antes era aquela preocupação distante que me fazia chorar de tristeza.
Hoje é uma coisa que me deixa com raiva e
uma das poucas coisas que me fazem chorar.