terça-feira, 26 de agosto de 2014

Sábado

E já passou o tempo.
O tempo em que havia importância.
Tempo que importava.
Tempo em que se chorava de temor.
Onde as lágrimas duras não prevaleciam
e a oração era o grito de pare.
Tempo em que temia-se verdadeiramente os genitores
e o Diviníssimo genitor.
Tempo em que o sangue sangrava e cicatrizava.

Porque hoje o tempo não tem casa,
nem sintonia.

O tempo em que o tempo durava
e alegrava por ser tempo que,
como tempo é lento,
assim passava.
Tempo em que não existia a culpa e a acusação dela.
Em que o dengo era amor e não mimo.
Tempo que durava.

Só isso.

Se se soubesse o tempo que já não existe,
tempo hoje seria comprado
pra ser guardado pr' um sonho,
ou pra lembrança,
ou pro sábado.

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